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terça-feira, 7 de outubro de 2014

A direita naécia pagando mico.

A "nova direita" está toda empolgada porque o Aécio Neves chegou ao 2º turno das eleições presidenciais. Mas existe o Aécio do mundo real e aquele do imaginário anti-petista. Qualquer um que tenha prestado atenção ao que ele disse em um passado recente, que compare os dados econômicos de FHC aos de Lula e Dilma, e que se dê ao trabalho de ler o programa que o candidato registrou no TSE, percebe a total insanidade que tomou conta dessa direita nécia tupiniquim.

Vejamos de que se trata o Aécio de carne e osso:


Aécio Neves, o candidato do clã dos Rothschild (que todo bom conservador americano abomina, até porque é uma família historicamente envolvida nas origens do "central banking" - o que foi condenado ferrenhamente por um certo Mises, que a "nova direita" adora recomendar em debates com marxistas mas parece nunca ter lido - e explicitamente associada ao satanismo, como no caso dos colares exibidos publicamente por Philippine de Rothschild), no Roda Viva de 2010:

Ele falou bastante sobre a eleição, disse que o partido retrocedeu ao defender bandeiras conservadoras, como no caso da discussão do aborto, o que, segundo ele, aproximou o partido da direita. Para ele, PSDB precisa voltar a ser uma referencia de centro-esquerda no país, se aproximar dos setores mais populares. Brincou, dizendo que o PSDB hoje, apesar disso, ainda é mais de esquerda que o governo do Lula.

Agora vejamos o Plano de Governo registrado oficialmente no TSE pela candidatura de Aécio Neves. Em meio a clichês politicamente corretos, dignos de alguém que defende que seu partido volte "a ser uma referência de centro-esquerda no país", destaco o seguinte trecho, sobre carga tributária:

...Assim, aumentar a carga tributária deixou de ser uma opção viável para o financiamento das políticas públicas, mas há espaço para uma melhoria substancial no nosso sistema tributário, que é extremamente complexo e distorcido.

Percebam que ele não diz que irá baixar a carga tributária (e voltaremos a esse assunto abaixo), mas somente que há espaço para simplificar a burocracia. No capítulo sobre Segurança Pública não há uma única palavra sobre facilitar o porte de armas para civis, mas, no capítulo sobre Energia, há a referência a "estimular uma Economia de Baixo Carbono", e, em Sustentabilidade e Meio Ambiente, ele abraça o conceito de "Cidadania Planetária" - Aécio Neves, o Capitão Planeta 2.0! 

Enfim, são 76 páginas de um programa de centro-esquerda empolgando uma "nova direita" que se diz muito mais intruída e inteligente que a esquerda, mas que não se deu ao trabalho de ler o programa do candidato que defende. 

"Ah, mas a administração FHC foi muito mais eficiente! "

Sinto muito, mas não é verdade! Além do vergonhoso apagão, todos os índices econômicos do período de administração petista foram - admito isso sem ter nenhuma simpatia pelo PT, e muito pelo contrário - superiores ao do governo FHC. E provo:

Carga tributária:

http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2014/07/fhcpsdb-elevou-carga-tributaria-nove.html

Diante desse gráfico, fica ainda mais aviltante esse comentário do candidato no Programa de Governo que registrou no TSE:

O Brasil é um país de elevada carga tributária para seu nível atual de desenvolvimento. Temos uma carga tributária de 36% do PIB num país com PIB per capita de R$ 24 mil. Em geral, países com carga tributária semelhante à nossa têm um PIB per capita quase três vezes superior. 

Sim, mas isso foi obra do PSDB!

Inflação e PIB:

http://www.estadao.com.br/fotos/PIB_INFLA_portal.jpg

Dívida Pública:

http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2011/03/lembrando-fhc-divida-interna-e-externa.html


Então é disso que se trata o candidato que tem empolgado a direita nacional: assumidamente de centro-esquerda, não querendo abraçar causas conservadoras ou sequer parecer conservador, ligado ao que há de pior na tal elite "metacapitalista" internacional, que tem um programa de governo oficial de centro-esquerda e cujo partido se destaca por ter passado pelo Governo Federal com um aumento da carga tributária e da dívida pública e uma inflação superiores ao do período Lula/Dilma, e com um PIB inferior.

É a direita naécia pagando mico.







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